30 dezembro 2010

*2011: O ANO DA LIBERDADE, DA MINHA LIBERDADE!

O tema política é sempre um tema complicado, às vezes indigesto mesmo, tenho que concordar. Não era para ser assim, mas faz parte da vida da maioria dos agentes políticos. Aqueles que poderiam e deveriam mudar este contexto são os que mais contribuem com este perfil sombrio.
Minha participação na vida pública sempre foi pautada na ética, o que sempre me afastou dos interesses escusos, tão comuns neste meio. Pior ainda, os “políticos” acabam se afastando de você! Há um generalizado e concreto conflito de interesses entre a ética e a prática habitual neste meio.
Ou seja, se fazemos parte de um grupo, a ética nos obriga a esgotar todas as possibilidades de diálogo, o que sempre fiz. Só que é extremamente frustrante perceber que o diálogo, caminho natural de duas vias, não tem ou não atinge o retorno, a reciprocidade. É a prática da política que oprime! Dela é preciso se libertar.
Pois bem: Hoje sou livre!
Livre das amarras dos interesses individuais e doentios dos sedentos de poder. Assim iniciarei um novo ano: LIVRE! Comemorando, cultuando e praticando a liberdade política em toda a sua plenitude.
Que venha 2011! Feliz, próspero, conquistador, ético, revelador, mas principalmente LIVRE!
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6 comentários:

  1. O discurso (ou desabafo) é interessante. Mas o que significa isso na prática? Que você está abandonando a luta político-partidária? Que você não terá mais atuação institucional? Que vai atuar apenas em organizações do terceiro setor? Que vai se dedicar ao voluntariado?

    Essa "liberdade em sua plenitude" significa deixar de ser um simples peão no tabuleiro do jogo de xadrez petista. Aquele que se sacrifica por uma "longa vida ao rei"? Se assim o for, louvo sua atitude. A independência assim posta é, sem dúvida, uma demonstração de maturidade.

    Porém, fica no ar a sensação de você se sente, em alguma medida, traído em suas expectativas. Será que as pessoas de seu antigo "grupo" são, sem exceção, todas individualistas e sedentas de poder?

    A "sede de poder", me permita ponderar, não é um mal em si. Sem ingenuidades, todos aqueles que se dispõem a atuar no meio político têm por objetivo alcançar o poder. E isso é óbvio.

    Ao se associar ao Barreto e depois ao Honório, por exemplo, o PT de Bicas tinha um claro projeto de poder, do qual você foi o principal articulador. Atingido o poder, ainda que "repartido" com esses aliados, ele foi exercido com prazer (e com competência) por você.

    Será que sua frustração não reside exatamente numa perspectiva individualista? Explico: em algum momento você traçou, para si, como destino natural, ser ungido como candidato a prefeito por seu grupo. Não alcançando este objetivo, preferiu abandonar o barco, fazendo beicinho... Uma atitude pueril, convenhamos.

    Agora, se esse "afastamento" a que você se refere, significa que você se tornou uma "pedra no sapato" para os antigos aliados, convém deixar isso claro, até para que seus potenciais eleitores, aqueles que ainda lhe são fiéis, possam entender plenamente a sua escolha e acompanhá-lo, se for o caso, em seu novo rumo.

    Em suma: Há algo que ainda não sabemos sobre a postura ética (ou aética) dos seus antigos aliados?

    São dúvidas que inevitavelmente me assaltam após a leitura de seu texto...

    De todo modo, abraços e feliz 2011.

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  2. Discurso, não! Desabafo, talvez! Mas com certeza, o fiel e real desejo de mudar para melhor os rumos da administração de nossa cidade.
    Significa que aprendi e entendi que a luta política e a atuação institucional devem ser pautadas apenas por ideais éticos, pela Lei e pela razão. Que nesta luta os princípios da “verdadeira amizade” tem um peso ínfimo. Quando falo de “verdadeira amizade” falo aqui de princípios que reconhecem e valorizam a capacidade e a competência, coisas que o verdadeiro amigo sabe valorizar, compreender e principalmente também exigir. Aprendi que para um grande número de pessoas, a amizade é medida pelas benesses que lhe oferecem para o seu crescimento pessoal. O pior é que estes, quando alçam pequenos vôos, passam a te encarar como aquele a ser abatido, eliminado, colega momentâneo. Infelizmente, na política institucional dificilmente podemos encarar colegas de caminhada como “Amigos, a Verdadeira Amizade”. Este foi meu grande aprendizado até aqui!
    Abandonar a luta político-partidária seria abandonar a luta política, já que não podemos participar diretamente desta luta sem estar filiado a um partido e deixo claro aqui que não pretendo abandonar esta luta, pois tenho claro que este ainda é um caminho viável para as grandes transformações que estão ao nosso alcance realizar. Por isso continuarei nesta luta pois, no meu entender, há muito o que se fazer e realizar. Sei que tenho muito a contribuir neste sentido, sempre norteado por ideais éticos, pela Lei e pela razão.
    O fato de permanecer na luta política institucional não é incompatível com o voluntariado ou com os trabalhos do terceiro setor. Sempre consegui conciliar o voluntariado ao meu trabalho político institucional.
    Liberdade em plenitude significa ser protagonista, coisa que sempre norteou minha atuação política. Acredito ter contribuído grandemente para uma nova visão do que seja atuar como “vice-prefeito”. Penso que dentro das limitações do cargo - e são inúmeras - não fui apenas um coadjuvante, um simples “peão na mesa de xadrez”. Fui protagonista. O que escrevi no espaço “prestando contas” aqui no blog não são invenções ou devaneios. É fato. E concordo plenamente com a afirmação: cumpri com minha obrigação!
    Quanto à questão “traído em suas expectativas” em relação ao apoio ao Barreto e ao Honorio, vejo que cada momento teve características parecidas em momentos distintos. Queríamos todos mudar o rumo das coisas – e o resultado das eleições comprovou isto. Ajudei sim a eleger o Barreto. Era um momento delicado na vida político-administrativa de nossa cidade e ele era, naquele momento, uma real opção de mudança, fato que infelizmente não aconteceu. Diante da oportunidade perdida pelo Barreto de fazer as transformações necessárias, apoiei Honorio, caminhei ao seu lado e tenho minha consciência tranqüila do quanto contribui para uma real mudança político-administrativa em seu primeiro mandato.

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  3. Não. Não se trata de um grupo onde todos são sedentos pelo poder. Tem excelentes pessoas neste grupo, pessoas com princípios éticos e morais bastante elevados. São inúmeras hoje as pessoas insatisfeitas com o rumo das coisas, pessoas com luz própria, mas respeito suas decisões em continuar ou não participando do mesmo.
    Quanto a “alcançar o poder” não sou hipócrita, mas penso este “alcançar o poder” como um real objetivo de fazer as transformações necessárias e oferecer melhor qualidade de vida a todos seja uma coisa; conquistá-lo e mantê-lo desrespeitando os princípios éticos, tendo apenas como meta “o poder a qualquer custo” é outra completamente diferente. Não tenho fascinação pelo poder, prova disto é que abri mão do mesmo, por decisão própria, ao deixar de ser vice-prefeito de minha cidade.
    Em nenhum momento tive a pretensão de ser o candidato do grupo. Não tracei para mim “ser ungido” como o “candidato natural”. Seria utopia pensar assim quando você atua sempre contestando aquelas práticas tão habituais nas administrações públicas. O velho, tradicional e natural argumento do “isso é normal em qualquer administração pública”. Tenha certeza: nunca sonhei com este tipo de “unção”.
    O “abandonar o barco” de que você fala é única e exclusivamente deixar de fazer parte de um governo que não te ouve quando você o alerta para preocupantes erros administrativos que tem sido cometidos. Costumo dizer que o bom administrador precisa ter medo, ter vergonha de errar em sua administração. Quando se perde este medo, esta vergonha, você está no fio da navalha e os exemplos tem mostrado “cortes profundos”.
    Nunca me coloquei como pedra no sapato do atual governo. Existe uma grande diferença entre “ser pedra no sapato” e “te considerarem ou te transformarem em pedra no sapato”. Mais do que ser pedra no sapato, acredito que, estando fora do governo tornando públicas minhas observações e ações a partir de agora, poderei contribuir para o desenvolvimento de minha cidade. Luto contra erros administrativos, luto pelo melhor para todos nós. Esta é minha bandeira. Não tenha dúvidas, saberei elogiar quando merecer mas, se for preciso, também saberei discutir, debater e contestar todos os desvios de conduta que identificar, simplesmente porque compreendi que assim poderei contribuir para uma administração mais correta e justa, o que já não era mais possível caminhando juntos. Que fique claro isto. Meu caminho é pelo melhor para Bicas.
    Abraços e Feliz 2011 para você também.

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  4. Sem dúvida, é deste Amarildo que Bicas precisa. Determinado, ativo e altivo. Por um momento senti um certo desânimo em seu desabafo...

    (Aliás, desculpe pelo uso da palavra "discurso". Não tinha a intenção de colocar em dúvida a verdade de suas palavras, se foi assim que lhe pareceu.De fato, "discurso", no meio político, tem a acepção de que algo que é dito sem sentimento, apenas de forma protocolar.)

    Só devo pontuar que a luta política não se faz apenas pela via partidária. Hoje, com os "sovietes" espalhados e entranhados em vários setores sociais (temos conselhos e agências reguladoras para todos os gostos), a atuação política pode se dar por outros meios.

    A despeito de tais colocações, para mim ficou claro que houve apenas uma ruptura política com o atual governo, mas que (como diriam os seus) A LUTA CONTINUA COMPANHEIRO! Felizmente.

    Espero, no entanto, sinceramente, que os "elogios" possam ser mais numerosos do que as "críticas", pelo bem de Bicas.

    Boa sorte nessa nova estrada.

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  5. Não que eu tenha nada a ver com isso, mas não entendi o sentido da liberdade decantada. Por que não havia liberdade antes? O que te prendia, a quem e porquê?

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  6. De uma forma geral, a palavra "liberdade" significa a condição de um indivíduo não ser submetido ao domínio de outro e, por isso, ter pleno poder sobre si mesmo e sobre seus atos.
    A capacidade de raciocinar e de valorizar de forma inteligente o mundo que o rodeia, é o que confere ao homem o sentido da liberdade entendida como plena expressão da vontade humana.
    A liberdade se manifesta à consciência como uma certeza primária que perpassa toda a existência, especialmente nos momentos em que se deve tomar decisões importantes e nos quais o indivíduo sente que pode comprometer sua vida.
    O consenso universal reconhece a responsabilidade do indivíduo sobre suas ações em circunstâncias normais, e em razão disso o premia por seus méritos e o castiga por seus erros. Considerar que alguém não é responsável por seus atos implica diminuí-lo em suas faculdades humanas, uma vez que só aquele que desfruta plenamente de sua liberdade tem reconhecida sua dignidade.
    Assim sendo, penso que na vida pública, enquanto participamos de um grupo de governo devemos discutir os problemas deste governo internamente. Problemas são naturais no governo de uma cidade e devem ser discutidos de coração aberto confiando em quem governa e em sua equipe, confiando na certeza de que os erros aconteceram por falhas que podem e devem ser corrigidas. Para isso, faz-se necessária a apresentação dos problemas, a discussão e a busca natural, efetiva e imediata de solução. Quando tudo flui desta maneira, há liberdade. Mas quando se percebe que este grupo de governo passa a conviver com os erros numa naturalidade que assusta, passa a usufruir destes mesmos erros, aí a liberdade acaba. Nestes termos existe exclusivamente um projeto de “poder” e dele eu não faço parte.
    Por fim, pelo sentido de suas indagações você é um ser político, cidadão biquense e acompanha a política de sua cidade, ou seja, tem tudo a ver com isso! Que o pleno exercício da “liberdade” te liberte do anonimato e te faça protagonista de uma nova historia.

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