02 março 2010

*OS NÚMEROS DO CÂNCER EM BICAS: É HORA DE AÇÕES CONCRETAS.

A inércia da Prefeitura quanto à revogação da lei que instituiu a capina química em Bicas através do uso do ROUNDUP, produto extremamente nocivo à saúde humana, conjugada com os números extremamente preocupantes do câncer em nossa cidade reforçaram a necessidade de concluir o Levantamento dos Casos de Câncer em nosso Município (que apresentei em abril de 2009). Na época, pesquisei quatro frentes de possíveis causadores, motivadores ou provocadores dos elevados números da doença - entre eles a capina química - não que apenas estes pudessem sê-lo: - A água que consumimos, seja da COPASA ou das inúmeras minas espalhadas por nossa cidade; - A antiga indústria de caulim e seus rejeitos, que existiu no final da Reta; - As torres e antenas de telefonia celular; - A capina química com ROUNDUP adotada em nossa cidade. As quatro frentes pesquisadas mostraram resultados preocupantes exigindo algumas ações preventivas que infelizmente ainda não foram realizadas. A principal delas, o fim do uso do ROUNDUP: O relatório completo sobre as quatro frentes pesquisadas, você encontra neste blog, no artigo publicado em 24 de maio de 2009. Os números extremamente preocupantes de novos casos de câncer em Bicas vieram evoluindo de 2005 a 2009, ano em que foram registrados 50 novos casos (repetindo os registros de 2008), conforme apresentado abaixo:
Total de casos no período 2005/2009: 189 casos. 2005 em todo o ano, 24 casos; 2006 em todo o ano, 30 casos; 2007 em todo o ano, 35 casos; 2008 em todo o ano, 50 casos; 2009 em todo o ano, 50 casos – aumento de 108% em relação a 2005.
A classificação pelo número de ocorrências em Bicas em 20 tipos distintos contabilizados no período citado, o leitor também encontrará na matéria publicada em 9 de abril de 2009. Ressalto mais uma vez que não se tratou de uma pesquisa baseada em informações técnicas como laudos laboratoriais de diagnóstico e do tipo específico de câncer, mas sim de um "Levantamento sobre Portadores de Câncer Segundo Informação de Morbidade Referida aos Agentes Comunitários de Saúde", através das informações prestadas pelos moradores aos agentes de saúde residentes nos domicílios localizados nas áreas com cobertura dos PSF’s. Os números demonstram a necessidade de investimentos por parte do Município em um sistema municipal de vigilância do câncer e no desenvolvimento de ações abrangentes para o controle da doença, nos diferentes níveis de atuação, como: na promoção da saúde, na detecção precoce, na assistência aos pacientes, na vigilância, na formação de recursos humanos, na comunicação e mobilização social. A iniciativa de se fazer este levantamento e a divulgação dessas informações buscam compartilhar e democratizar a reflexão a respeito do controle do câncer em Bicas, evidenciando o compromisso com a luta pela excelência nos serviços prestados à população. Os números mostram que se faz necessária mais atenção ao problema. Precisamos com urgência desenvolver ações preventivas em todos os âmbitos. Precisamos investir em campanhas esclarecedoras e mais incisivas. Todo investimento feito em "ações preventivas" será sempre menor que as altíssimas despesas oriundas do tratamento do câncer. Os indícios recomendam, como parte destas "ações preventivas", que sejam iniciadas ações concretas nas seguintes frentes:
Águas das minas de Bicas. Faz-se necessária uma análise completa, ou seja, “bacteriológica, físico-química, série fosforada e principalmente verificação de presença de metais pesados (rejeitos do caulim)” de todas as águas de Bicas (da COPASA, de todas as minas, das escolas rurais e da comunidade de Santa Helena). Que os resultados das análises das minas sejam amplamente divulgados para que a comunidade tome conhecimento do fato e da qualidade da água que estão consumindo.
Torres de celular. Temos uma Lei praticamente completa que regulamenta a instalação de torres e antenas de celular, cabendo à Prefeitura fazer com que se cumpram todas as exigências nela contidas. Só assim, poderemos no futuro fazer uma análise concreta sobre possíveis influências das torres de celular na incidência de câncer em Bicas. QUE SE CUMPRA A LEI!
Capina química através do uso do ROUNDUP. O produto é extremamente nocivo à saúde humana, atestado por dados e informações contidas em sua própria bula. Portanto, por tratar-se de grave questão de saúde pública, de defesa da saúde de todos os cidadãos biquenses, dos funcionários públicos envolvidos e do meio ambiente, não cabe mais outra ação ou alternativa senão a revogação da Lei Municipal 1.264/2006.
Por favor! Não dá para esperar mais! É hora de ações concretas! .

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