Reforma
política é um clichê que pode implicar avanço ou retrocesso. Depende
dos objetivos de quem vai comandá-la. Pode acabar com partidos de
aluguel e corrigir distorções de representação, ou mudar as aparências
para manter tudo como está.
José Sarney convocou os colegas de
Senado e Presidência, Fernando Collor e Itamar Franco, para compor a
comissão que vai tratar da tal reforma. O trio representa a vanguarda do
passado do país. E planejará seu futuro.
Não se pode negar que
eles têm muita experiência nos temas principais da reforma. Já trocaram
várias vezes de partido, já usaram legendas de aluguel, já barganharam a
formação de maiorias parlamentares de modo franciscano.Não se deve esperar, porém, que imponham barreiras eleitorais aos partidos, ou que corrijam a desproporção que faz o voto de um paulista que mora em Roraima valer 11 votos de roraimenses que vivem em São Paulo.
Senador por um Estado onde não mora, o Amapá, Sarney entrou para a história ao trocar suas origens no PDS/PFL/DEM pelo PMDB, o que ajudou a transformar o partido da oposição à ditadura na confederação de interesses que está aí.
Collor foi eleito presidente pelo PRN, um partido nanico que já foi PJ e hoje atende por PTC. Sua história é tão grandiosa quanto a passagem collorida pelo Planalto. Itamar foi sua consequência.
Juntas, as siglas partidárias que já abrigaram o trio formam quase um alfabeto.
Enfim, a reforma política parece que será comandada por aqueles que tornam necessário reformar a política. Como já virou moda dizer no Twitter, não deverá passar de um puxadinho.
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