Já vão longos anos de história política e uma prática
deprimente ainda impera nas administrações públicas municipais, em especial nas
pequenas cidades: “a política da exploração da peregrinação nos gabinetes”.
Administrações e administradores modernos já descartaram
esta prática, que consiste em fazer com que cidadãos enfrentem verdadeiras
humilhações em gabinetes de prefeitos, secretários ou diretores de instituições
conveniadas com a prefeitura em busca de “favores”. É um materialzinho para a
reforma na casa, um emprego na prefeitura, um cargo de diretor de escola (a eleição de diretores em Bicas foi promessa
nas campanhas de 2004 e 2008 até hoje não cumprida), uma vaguinha “de
graça” ou pelo menos “um descontinho” (às vezes um descontão, mas só para alguns
poucos privilegiados) ou uma prestação de serviço “com atenção especial” nas instituições particulares “conveniadas com a prefeitura”, sem
falar no maior imbróglio municipal em que se transformou o ônibus dos
estudantes para JF.
É simples: Prefeitura e Legislativo negaram a
todos os estudantes este direito criando um sistema esdrúxulo de
cobrança!
Sem hipocrisias,
não sou contra a família de um estudante, seja rica ou pobre, desejar o
transporte gratuito para JF.
A verdade é uma só: Já passou da hora de instituirmos políticas
públicas concretas dando a todos direitos iguais.
E assim caminha a política, alimentada por cada um de nós
que assistimos passivamente a tudo isso, às vezes até participando deste
melancólico processo de degradação da verdadeira democracia. Esquecem-se –
administradores e cidadãos – que tudo é pago pelo povo!
Seria realmente interessante se num rompante de moralidade e
respeito à coisa pública, estes administradores esclarecessem os valores claros
e reais do custo final da “peregrinação”,
verdadeira utopia neste cenário deprimente. O mais triste é ouvirmos, jurando
por tudo e por todos que “isso não acontece aqui!”. Qual
cidadão que necessita de determinada política pública ou prestação de serviço
não conhece hoje um tratamento desigual ou um beneficiado por “mimos
e agrados”?
Sou contra ver “autoridades”
selecionarem ao seu bel prazer aqueles que serão os agraciados. Chega disso! É
chegada hora de cada cidadão biquense que participa deste processo dar um basta!
Não existirá humilhação sem humilhados, peregrinação sem peregrinos! Ou então
prevalecerá a política da total falta de respeito desta prática imoral que é a “exploração
da peregrinação”.
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