25 março 2010

*FUNDAMENTADO EM DECISÃO DA ANVISA, COMDURB PEDE O FIM DA CAPINA QUÍMICA.

O Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano – COMDURB, reunido em 18 de março de 2010, deliberou por pedir a suspensão imediata da capina química e a revogação da Lei 1.264/2006 que a instituiu em Bicas.
Segue abaixo e na íntegra, ofício encaminhado ao Prefeito Municipal, protocolado em 25 de março de 2010 comunicando a decisão do COMDURB.
Ofício N° 01/2010 Exmo. Sr. Honório de Oliveira DD. Prefeito Municipal Bicas, 25 de março de 2010. Após o encontro de membros deste Conselho com o Exmo. Sr. Prefeito realizado em 11 de março de 2010 em seu gabinete para levar nossa opinião sobre a capina química, o pedido de suspensão de tal procedimento e também de poder ouvir suas justificativas, o Conselho voltou a se reunir em 18 de março de 2010 para discutir o problema e deliberar sobre a questão, quando foi apresentado novo e decisivo documento editado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, através de Nota Técnica datada de 15 de janeiro de 2010 proibindo a prática (não autorizada) de uso de agrotóxicos (herbicidas) para o controle de plantas daninhas em áreas urbanas, especialmente em praças, jardins públicos, canteiros, ruas e calçadas em todos os municípios brasileiros, documento este já apresentado a Secretária de Saúde, Sra. Terezinha Lanini e à Secretária de Governo, Sra. Denisy Marôco Durão em 23 de março de 2010, o COMDURB deliberou por manter sua decisão e reiterar o pedido de suspensão imediata da “capina química” em Bicas, solicitando também a “revogação da Lei 1.264/2006” por sua total inaplicabilidade. Por entendemos tratar-se de questão de saúde pública e principalmente diante da decisão da ANVISA, estamos certos de poder contar com a compreensão e o pronto atendimento do Sr. Prefeito ao pleito deste conselho, aguardando sua posição oficial até nossa próxima reunião ordinária, a se realizar em 1° de abril de 2010. Atenciosamente,
CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO .

23 março 2010

*ANVISA PROÍBE A PRÁTICA DA CAPINA QUÍMICA

Após dois anos de muita luta, estudos, debates e pesquisas envolvendo o uso da capina química das ruas de Bicas, prática esta adotada em praticamente todos os municípios da região, vejo minha luta recompensada pela decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, que editou Nota Técnica datada de 15 de janeiro de 2010 proibindo a prática (não autorizada) de uso de agrotóxicos (herbicidas) para o controle de plantas daninhas em áreas urbanas, especialmente em praças, jardins públicos, canteiros, ruas e calçadas.
Segundo a nota, a ANVISA afirma que “são produtos essencialmente perigosos e sua utilização, mesmo no meio rural, deve ser feita sob condições de intenso controle, não apenas por ocasião da aplicação, mas também com o isolamento da área na qual foi aplicado”. Na mesma nota, a ANVISA afirma que “fica evidenciado que não seria possível aplicar medidas que garantam condições ideais de segurança para o uso de agrotóxicos em ambiente urbano”. Por fim, a Nota Técnica conclui com a determinação de que “a capina química em área urbana não está autorizada pela ANVISA ou por qualquer outro órgão, não havendo nenhum produto agrotóxico registrado para tal finalidade”. Ou seja, constatações que já venho demonstrando e comprovando numa luta que já dura exatos dois anos, período em que inclusive foi realizado Seminário onde apresentei dados concretos e informações técnicas consistentes sobre os riscos da prática da capina química e o perigo à saúde pública. Acho que desta vez, finalmente o Prefeito Municipal Honório de Oliveira agirá com bom senso, revogando a Lei que instituiu a capina química, livrando a população biquense da exposição a produtos altamente tóxicos, protegendo assim a saúde pública e o meio ambiente.
Segue abaixo, a íntegra do texto da ANVISA:
Nota Sobre o Uso de Agrotóxicos Em Área Urbana
Preocupada com a difusão da prática não autorizada de uso de agrotóxicos (herbicidas) para o controle de plantas daninhas em áreas urbanas especialmente em praças, jardins públicos, canteiros, ruas e calçadas, em condições não controladas pelos órgãos públicos competentes, esta Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) submeteu à consideração da população, mediante a publicação da Consulta Pública nº. 46/2006, proposta de Resolução de sua Diretoria Colegiada para regular a prática da capina química por empresas de jardinagem profissional, nos termos previstos no Decreto nº. 4.074/2002. No processo de Consulta Pública, colhendo contribuições dos diversos segmentos da sociedade, bem como das áreas técnicas da Agência e de outros órgãos do Sistema Único de Saúde (SUS) evidenciou-se que a regulamentação dessa prática não se revelava o melhor caminho na busca da proteção e da defesa da saúde da população brasileira. Os produtos que visam alterar a composição da fauna ou da flora, com a finalidade de preservá-las da ação de seres vivos considerados nocivos, são definidos nos termos da legislação vigente (Lei nº. 7.802/89) como produtos agrotóxicos, tanto quando se destinam ao uso rural ou urbano. São produtos essencialmente perigosos e sua utilização, mesmo no meio rural, deve ser feita sob condições de intenso controle, não apenas por ocasião da aplicação, mas também com o isolamento da área na qual foi aplicado. No processo de consulta pública ficou evidenciado que não seria possível aplicar medidas que garantissem condições ideais de segurança para uso de agrotóxicos em ambiente urbano. Por esse motivo a Diretoria Colegiada da ANVISA decidiu arquivar a Consulta Pública nº. 46/2006, afastando a possibilidade de regulamentação de tal prática. Justificam tal conclusão, entre outras, as seguintes condições: 1. Durante a aplicação de um produto agrotóxico, se faz necessário que o trabalhador que venha a ter contato com o produto, utilize equipamentos de proteção individual. Em áreas urbanas outras pessoas como moradores e transeuntes poderão ter contato com o agrotóxico, sem que estejam com os equipamentos de proteção e sendo impossível determinar-se às pessoas que circulem por determinada área que vistam roupas impermeáveis, máscaras, botas e outros equipamentos de proteção. 2. Em qualquer área tratada com produto agrotóxico é necessária a observação de um período de reentrada mínimo de 24 horas, ou seja, após a aplicação do produto, a área deve ser isolada e sinalizada e, no caso de necessidade de entrada no local durante este intervalo, o uso de equipamentos de proteção individual é imperativo. Esse período de reentrada é necessário para impedir que pessoas entrem em contado com o agrotóxico aplicado, o que aumenta muito o risco de intoxicação. Em ambientes urbanos, o completo e perfeito isolamento de uma área por pelo menos 24 horas é impraticável, isto é, não há meios de assegurar que toda a população seja adequadamente avisada sobre os riscos que corre ao penetrar em um ambiente com agrotóxicos, principalmente em se tratando de crianças, analfabetos e deficientes visuais. 3. É comum os solos das cidades sofrerem compactação ou serem asfaltados, o que favorece o acúmulo de agrotóxico e de água nas suas camadas superficiais. Em situação de chuva, dado escoamento superficial da água, pode ocorrer a formação de poças e retenção de água com elevadas concentrações do produto, criando uma fonte potencial de risco de exposição para adultos, crianças, flora e fauna existentes no entorno. Cabe ressaltar neste ponto que crianças, em particular, são mais sujeitas às intoxicações em razão do seu baixo peso e hábitos, como o uso de espaços públicos para brincar, contato com o solo e poças de água como diversão. 4. Em relação à proteção da fauna e flora domésticas ou nativas, é importante lembrar que cães, gatos, cavalos, pássaros e outros animais podem ser intoxicados tanto pela ingestão de água contaminada como pelo consumo de capim, sementes e alimentos espalhados nas ruas. 5. Por mais que se exija na jardinagem profissional o uso de agrotóxicos com classificação toxicológica mais branda, tal fato não afasta o risco sanitário inerente à natureza de tais produtos. Por oportuno, importa ainda observar que há, no mercado, produtos agrotóxicos registrados pelo Instituto Nacional do meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) identificados pela sigla “NA” como agrotóxicos de uso Não-Agrícola. No entanto, essa identificação, ao contrário do que possa parecer á primeira vista, não significa a autorização da utilização de tais produtos em área urbana. Os produtos registrados pelo IBAMA apenas podem ser aplicados em florestas nativas, em ambientes hídricos (quando assim constar no rótulo) e outros ecossistemas (além de vias férreas e sob linhas de transmissão). Dessa forma, a prática da capina química em área urbana não está autorizada pela ANVISA ou por qualquer outro órgão, não havendo nenhum produto agrotóxico registrado para tal finalidade.
Brasília, 15 de janeiro de 2010. Diretoria Colegiada da ANVISA .

20 março 2010

*ENTENDA A CRISE NO GOVERNO DE BRASÍLIA


Entenda porque o governo de Brasília atravessa a crise atual na interessantíssima análise de Paulo Delgado publicada na coluna “Opinião” do jornal “O Globo”, em 14/03/2010.
A capital ferida
A cidade está ameaçada por uma predatória especulação imobiliária
Cuidado! Se você continuar andando nessa direção vai acabar chegando lá, diz a patética sabedoria. Lembro-me, ainda, da sentença de Primo Levi: “A ascensão dos privilegiados em todas as sociedades é um fenômeno angustiante e fatal… e o poder o tolera e encoraja.” Vivemos outros tempos, outros motivos, mas eles estão sempre aí…privilegiados – “só ausentes nas utopias”.
Brasília, por decisão errada da Constituinte, virou as costas ao país quando deixou de ser capital da União para ser capital do GDF (Governo do Distrito Federal). A forte pressão emocional sobre os constituintes mudou tudo. Pirraça de uma cidade sem passado que mudou de status político sem mudar de condição econômica. A mais nova unidade da federação renasceu sem o futuro original. Assim se deu: por continuar a ser sustentada por recursos transferidos da União, mesmo deixando de ser município neutro, a capital percebeu que podia usufruir de sua autonomia em dissonância com os contribuintes e cidadãos de todo o país. Já planejada, construída e pronta foi capturada pela política e a ambição local, atraindo eleitores de todo o país e especuladores de todo o tipo para os favores e a farra com o dinheiro alheio distribuído no círculo do poder. Compreendeu rápido que era possível desfrutar indolentemente de toda a nação, sem nada lhe devolver. Quando a norma constitutiva da política é desviante, um privilégio sem sentido, toda normalidade torna-se suspeita de desvio e contamina a sociedade. O problema é que os crimes e os erros da política ainda são “odiados respeitavelmente”. Graças ao charme da virtude fluída que a propaganda colocou à disposição dos políticos, um escândalo supera o outro – todos nutridos pela passagem do tempo e pela omissão dos diversos judiciários do país. Contribui, também, para tudo “ficar como está”, a “decência oportunista” própria da rixa política que permite ao rival odiar impunemente e publicamente o adversário, fazendo-se de decente, até ser pilhado no mesmo erro. Não fosse a premonitória decisão da Unesco de tombar o Plano piloto – mesmo que tenha esquecido de suas árvores, a mais vital invenção de todo o projeto – a predatória especulação imobiliária e a manipulação eleitoral mais insana do país já teriam destruído toda a capital, assim como já o fizeram com sua periferia e entorno. Também na mira de fogo dos novos tempos, agora desnudados, estaria a sensibilidade do governador Cristovam que confrontou o nosso deslumbrado país do automóvel ao ensinar ao brasiliense que pedestre é mais importante que o carro – assim se atravessa a rua na capital: a mais moderna e relevante decisão política desde a fundação. A forma da administração política de Brasília não encontra precedente nem alicerce no modelo de gestão das capitais das democracias mais modernas e eficientes do mundo. Muito menos na tradição política brasileira desde o Império e toda a República até 1988. Estragar o conceito e a integridade de Brasília não foi culpa da ditadura… Foi o eleitoralismo total, construído sobre o discurso emocionado da nostalgia do voto após o período militar, somado ao vácuo da liderança política austera da Nova República, que fez o constituinte tirar da capital, transferida do Rio de Janeiro, o privilégio de ter uma cidadania qualificada em nome de toda a nação – aceitar trocar parte da cidadania eleitoral pelo privilégio de morar na cidade-sede dos poderes da União. Um município neutro e seu distrito federal sustentado por todo o país: tal engenharia foi além do bom senso. Dissolveu no Senado a Comissão do Distrito Federal e a substituiu pela Câmara de deputados distritais, pródiga, pela total ausência de função, em futilidades transgressoras. Acabou com a ideia mais razoável e adequada de prefeito da capital e a substituiu pela desproporcional função de governador. Superlotou de representantes de seus próprios habitantes a cidade administrativa, sufocando sua vocação original. Quem sabe agora, diante do egoísmo dos desejos políticos sorvidos até a última gota, e aos cinqüenta anos, possa a capital perceber que a esperança de mais liberdade e direitos – anunciados pela Constituição de 1988 – contraria sua vocação real e tornou-se ameaça ao seu futuro de capital de todos os brasileiros e à qualidade de vida dos brasilienses. .

17 março 2010

*HOMENAGEM A DRA. ZILDA ARNS EM CHARGE

*ENCONTRO COM O GRÊMIO DO ESTADUAL DE BICAS

Na última segunda-feira, dia 15, tive mais um produtivo encontro com o Grêmio da Escola Estadual Dep. Oliveira Souza, de Bicas, que tem novo presidente. Fiquei muito feliz de saber que já elegeram inclusive seus representantes para os conselhos municipais. Neste encontro, conversamos bastante sobre a importância da participação nos conselhos municipais, fiquei conhecendo seus projetos para o ano e a nova composição da Diretoria que ficou assim constituída: Presidente - Alessandra Hoffman Vice-Presidente - Flávia Apolinário !ª Secretária - Sabrine Apolinário 2ª Secretária - Brenda Ribeiro 1ª Tesoureira - Thaíse da Silva 2° Tesoureiro - Daniel Araújo Diretor de Esportes - Rodrigo Valério Diretora para Assuntos Educacionais - Renata de Paula Diretor de Cultura - Renan Assis Diretora de Imprensa - Carla Tomaz Vogais - Felipe e Dayanne de Paula A direção do Grêmio também escolheu seus representantes para os conselhos municipais. São eles: Renata de Paula e Dayanne de Paula - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA Sabrine Apolinário e Carla Tomaz - Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano - COMDURB Na próxima quinta-feira, dia 18, vou me encontrar com o Grêmio da Escola Estadual de Ensino Médio, de Guarará, criado recentemente e que já está trabalhando a pleno vapor. É muito bom ver essa turma em atividade. Desejo a todos grande sucesso! .

12 março 2010

*FIM DO ROUNDUP: AINDA ESTAMOS NA LUTA!

Esta é a máquina de aplicação do ROUNDUP (aqui, pulverizando o herbicida no cemitério municipal)

Pois é! O COMDURB - Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano de Bicas se reuniu com o Prefeito Honorio de Oliveira para discutir o fim da capina química com o uso do ROUNDUP NA. A proposta do Conselho é a revogação da Lei 1.264/2006 e o fim da capina química em Bicas. Inicialmente, foram apresentadas todas as razões que motivaram a decisão do Conselho para, em seguida, o Prefeito expor suas justificativas e os motivos que o levam a insistir na necessidade, ao seu entender, de continuar usando o ROUNDUP, mesmo que temporariamente, como ele mesmo afirmou. Admitiu que o sistema não seja o ideal ou correto, dizendo que se tivesse outra alternativa viável ele nunca teria adotado o ROUNDUP. Disse já ter diminuído bastante a aplicação, concentrando-se apenas nas ruas mais afastadas e de menor movimento, onde a vegetação cresce mais rápido e o problema é maior. Falou do grande problema enfrentado pelos municípios pequenos, onde 70 a 75% de suas ruas são calçadas com pés de moleque ou paralelepípedos, motivando o rápido aparecimento de mato, dando um aspecto de sujeira e abandono. Alegou também que mesmo que se monte uma equipe com vinte homens, o número de ruas a serem limpas e a quantidade de serviço é tão grande que, antes de se limpar a metade das ruas, as primeiras que foram limpas já estarão totalmente sujas e os moradores já estarão reclamando. Alegou também a questão da falta de mão de obra, pois se trata de um tipo de serviço que poucos se dispõem a executar. Disse estar desenvolvendo alguns recursos que podem diminuir o problema, como aplicar camada asfáltica nos cantos das ruas (onde o problema do crescimento de vegetação é maior). Por fim, disse ao Conselho que pretende parar de aplicar o ROUNDUP até o fim deste ano. Terminada a reunião após ouvir as razões e justificativas do Prefeito, o Conselho volta a se reunir na próxima quinta-feira, dia 18 de março, às 17:30, na sala de reuniões da secretaria municipal de assistência social, ao lado do conselho tutelar. Nesta reunião, definiremos qual encaminhamento será dado ao problema. As reuniões do conselho são abertas ao público. Caso você, leitor e leitora se interesse pelo assunto, lembro que você pode participar da reunião. É muito importante para nós conhecermos sua opinião sobre o problema. Apesar de conhecer todas as razões e motivos apresentados pelo Prefeito, mantenho minha posição pelo fim da capina química. Insisto tratar-se de caso de saúde pública de extrema gravidade e que este item deve prevalecer sobre qualquer outro, mas por defender e respeitar o diálogo, aguardarei a decisão do Conselho para depois pensar em novos encaminhamentos. Estou nesta luta desde janeiro de 2008 e o que eu esperava mesmo é poder estar anunciando aqui o fim do ROUNDUP em Bicas, mas percebo que este dia está perto. Neste dia, o meio ambiente agradecerá e todos nós poderemos respirar aliviados. Em breve, publicarei novas notícias.

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09 março 2010

*COMDURB SE REÚNE AMANHÃ COM PREFEITO. PAUTA: FIM DA CAPINA QUÍMICA.

Amanhã, dia 10, as 16 horas, o COMDURB - Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano de Bicas se reúne com o Prefeito Honorio de Oliveira para definir sobre o fim da capina química com o uso do ROUNDUP NA. O Conselho pede a revogação da Lei 1.264/2006 que instituiu a capina química em Bicas. Trata-se de problema amplamente discutido neste blog e que apresentei em Seminário da Saúde realizado em maio de 2009 através da apresentação de documentos como a bula do produto que impõe exigências, limitações e orientações para o uso que conflitam diretamente com a referida Lei tornando-a inócua, fatos que deixam claro e inequívoco os riscos à saúde a que toda a população está sendo exposta. Tal problema motivou também um pedido de revogação da Lei através da Moção n° 01 que apresentei no Plenário da Conferência Municipal de Saúde realizada em 24 de setembro de 2009 aprovada por unanimidade. O Conselho insiste no pedido e na decisão de revogação da lei por tratar-se de produto altamente tóxico, agressivo à saúde humana e ao meio ambiente, com recomendação expressa em sua bula “para uso não urbano”. Conhecemos o problema da limpeza das ruas de nossa cidade, mas entendemos que a saúde pública deva nortear todas as demais questões urbanas. O COMDURB entende também que a capina química com o uso do ROUNDUP NA é totalmente inviável, cabendo apenas a revogação da Lei 1.264/2006 e é isso que discutiremos amanhã com o Prefeito. Creio que finalmente o bom senso prevalecerá. Vamos aguardar!

02 março 2010

*OS NÚMEROS DO CÂNCER EM BICAS: É HORA DE AÇÕES CONCRETAS.

A inércia da Prefeitura quanto à revogação da lei que instituiu a capina química em Bicas através do uso do ROUNDUP, produto extremamente nocivo à saúde humana, conjugada com os números extremamente preocupantes do câncer em nossa cidade reforçaram a necessidade de concluir o Levantamento dos Casos de Câncer em nosso Município (que apresentei em abril de 2009). Na época, pesquisei quatro frentes de possíveis causadores, motivadores ou provocadores dos elevados números da doença - entre eles a capina química - não que apenas estes pudessem sê-lo: - A água que consumimos, seja da COPASA ou das inúmeras minas espalhadas por nossa cidade; - A antiga indústria de caulim e seus rejeitos, que existiu no final da Reta; - As torres e antenas de telefonia celular; - A capina química com ROUNDUP adotada em nossa cidade. As quatro frentes pesquisadas mostraram resultados preocupantes exigindo algumas ações preventivas que infelizmente ainda não foram realizadas. A principal delas, o fim do uso do ROUNDUP: O relatório completo sobre as quatro frentes pesquisadas, você encontra neste blog, no artigo publicado em 24 de maio de 2009. Os números extremamente preocupantes de novos casos de câncer em Bicas vieram evoluindo de 2005 a 2009, ano em que foram registrados 50 novos casos (repetindo os registros de 2008), conforme apresentado abaixo:
Total de casos no período 2005/2009: 189 casos. 2005 em todo o ano, 24 casos; 2006 em todo o ano, 30 casos; 2007 em todo o ano, 35 casos; 2008 em todo o ano, 50 casos; 2009 em todo o ano, 50 casos – aumento de 108% em relação a 2005.
A classificação pelo número de ocorrências em Bicas em 20 tipos distintos contabilizados no período citado, o leitor também encontrará na matéria publicada em 9 de abril de 2009. Ressalto mais uma vez que não se tratou de uma pesquisa baseada em informações técnicas como laudos laboratoriais de diagnóstico e do tipo específico de câncer, mas sim de um "Levantamento sobre Portadores de Câncer Segundo Informação de Morbidade Referida aos Agentes Comunitários de Saúde", através das informações prestadas pelos moradores aos agentes de saúde residentes nos domicílios localizados nas áreas com cobertura dos PSF’s. Os números demonstram a necessidade de investimentos por parte do Município em um sistema municipal de vigilância do câncer e no desenvolvimento de ações abrangentes para o controle da doença, nos diferentes níveis de atuação, como: na promoção da saúde, na detecção precoce, na assistência aos pacientes, na vigilância, na formação de recursos humanos, na comunicação e mobilização social. A iniciativa de se fazer este levantamento e a divulgação dessas informações buscam compartilhar e democratizar a reflexão a respeito do controle do câncer em Bicas, evidenciando o compromisso com a luta pela excelência nos serviços prestados à população. Os números mostram que se faz necessária mais atenção ao problema. Precisamos com urgência desenvolver ações preventivas em todos os âmbitos. Precisamos investir em campanhas esclarecedoras e mais incisivas. Todo investimento feito em "ações preventivas" será sempre menor que as altíssimas despesas oriundas do tratamento do câncer. Os indícios recomendam, como parte destas "ações preventivas", que sejam iniciadas ações concretas nas seguintes frentes:
Águas das minas de Bicas. Faz-se necessária uma análise completa, ou seja, “bacteriológica, físico-química, série fosforada e principalmente verificação de presença de metais pesados (rejeitos do caulim)” de todas as águas de Bicas (da COPASA, de todas as minas, das escolas rurais e da comunidade de Santa Helena). Que os resultados das análises das minas sejam amplamente divulgados para que a comunidade tome conhecimento do fato e da qualidade da água que estão consumindo.
Torres de celular. Temos uma Lei praticamente completa que regulamenta a instalação de torres e antenas de celular, cabendo à Prefeitura fazer com que se cumpram todas as exigências nela contidas. Só assim, poderemos no futuro fazer uma análise concreta sobre possíveis influências das torres de celular na incidência de câncer em Bicas. QUE SE CUMPRA A LEI!
Capina química através do uso do ROUNDUP. O produto é extremamente nocivo à saúde humana, atestado por dados e informações contidas em sua própria bula. Portanto, por tratar-se de grave questão de saúde pública, de defesa da saúde de todos os cidadãos biquenses, dos funcionários públicos envolvidos e do meio ambiente, não cabe mais outra ação ou alternativa senão a revogação da Lei Municipal 1.264/2006.
Por favor! Não dá para esperar mais! É hora de ações concretas! .

01 março 2010

*A VERDADEIRA AMIZADE: O DOM DE CONQUISTAR E A "ARTE DE INTERPRETAR".

Existem pessoas que passam pela vida conquistando e cultivando verdadeiras amizades com disponibilidade, confiança e respeito mútuos, com exemplos, atitudes e testemunhos. Também existem pessoas que passam pela vida sem deixar marcas, nem boas, nem ruins. Passam como se não tivessem passado, como se nada tivesse acontecido. Falta-lhes o sopro da vida, pedra fundamental da grande amizade. E tem aquelas pessoas que, inconformadas por faltar-lhes o sopro da vida, ficam ávidas por deixarem suas marcas e passam sem se importar com a qualidade e com o tipo das marcas que deixarão, destruindo o que vêem pela frente e o pior, se destruindo. Sequer conhecem uma grande amizade. Por fim, existem pessoas que, conhecedoras de sua incapacidade de cultivar amizades fundamentadas na disponibilidade, na confiança e no respeito, de deixar exemplos de vida em plenitude e de dar belos testemunhos desenvolvem então a arte de interpretar. Invariavelmente são pobres de fé e de espírito. Em nossa passagem pela vida, somos expostos a todos os tipos de pessoas. Felizmente, ainda vivemos o tempo em que disponibilidade, confiança e respeito mútuos, exemplos, atitudes e testemunhos conquistam verdadeiras e grandes amizades. Quanto aos intérpretes, mais cedo ou mais tarde cai a máscara. Ela acaba arrancada por sua própria vaidade, seu orgulho e sede de poder, sentimentos marcantes e indeléveis nos pobres de fé e de espírito. Não... Eles não têm o sopro da vida.
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