28 junho 2020

BICAS ONTEM & HOJE - PARTE 12


Depois de algum tempo sem postar, graças à valiosa contribuição do amigo Marco Aurélio Baptista da Silva Matos trago mais uma seqüência "Bicas Ontem & Hoje" com restaurações fotográficas realmente maravilhosas e históricas.





No primeiro comparativo, todo o romantismo da movimentada Rua dos Operários, lá pela década de 1950 e hoje.





A não menos romântica Rua Coronel Souza vista no sentido Praça São José, também lá pela década de 1950 e hoje.





Mais um belíssimo registro da Rua Coronel Souza, vista aqui sentido à estação ferroviária. À direita da foto podemos ver o muro da casa do Cel. Souza, onde hoje está situado o Banco do Brasil, vendo-se à esquerda o Clube Biquense ainda em seu formato original, com apenas uma torre. Compare com o mesmo local hoje.





Mais um belíssimo e inédito registro da Praça São José. Importante observar em todas as fotos antigas como a cidade era movimentada. E hoje no mesmo ângulo.




Outro belíssimo registro da Rua Coronel Souza em ângulo parecido, mas aparentemente mais antigo que o mostrado acima. Nele podemos ver que existiu um “Hotel Oliveira” ao lado do antigo cinema, em novo comparativo hoje no mesmo ângulo.




Neste importante registro podemos ver como era o hoje início da Rua Dona Miquelina. 




07 junho 2020

MESTRE ATHAYDE – BREVE HISTÓRICO DO GRANDE ARTISTA, BIQUENSE DE CORAÇÃO.




No ano de 2019 comemoramos os 140 anos de nossa Estação Ferroviária com grandes eventos envolvendo todas as escolas municipais, culminando com um maravilhoso desfile temático em 7 de setembro.

Na oportunidade muito se falou sobre o Monumento ao Operário Biquense e especialmente sobre seu autor, o Mestre Athayde, cuja história ainda é pouco conhecida. Era preciso resgatar esta bela e importante parte de nossa história!
Contando com a valiosa e especial contribuição dos arquivos do Jornal “O Município”; de Jorge Penido (in memoriam), grande amigo de Athayde na juventude e da historiadora Rosália Mayrink, foi possível conhecer um pouco mais sobre a vida e obra do Mestre Athayde. Então... vamos a ela!

Artista biquense de coração com obras reconhecidas e premiadas várias vezes em Juiz de Fora, Viçosa e outras cidades da região, mas hoje pouco reconhecido em sua terra. Este era Athayde Raimundo Dutra de Moraes, ou “MESTRE ATHAYDE”.
Nascidos em Juiz de Fora, ainda criança veio para Bicas acompanhado de seu irmão Honório, onde foi criado pela grande alma Tia Rita.
Era um vanguardista, um dos artistas mais genuínos de nossa terra. Artista plástico, gráfico, escritor e escultor, nosso mestre tinha o realismo como sua marca.
Iniciou sua vida artística ainda jovem, assim que seu irmão Honório retornou a Bicas “abastado” após servir o Exército em Juiz de Fora, atuando por alguns anos no Canal do Suez.
Honório montou um Bar chamado “Egypt Bar”, onde em suas paredes destacavam pinturas de cenários do Egito feitas por ele e por Athayde, que acabou se tornando proprietário tempos depois. O bar foi transformado em uma casa de eventos onde Athayde também expunha suas obras de arte, local que acabou virando ponto de encontro dos artistas da região.

UMA LIDERANÇA NO CAMPO BIQUENSE DAS ARTES
Destacando-se como grande artista biquense, Athayde uniu-se a vários jovens entusiastas nos mais diferentes campos das artes para criar o Núcleo Biquense de Arte, que ficava na Praça São José, 105. A partir daí, buscaram apoio junto à prefeitura de Bicas para realizar o 1º Salão Biquense de Artistas Amadores, que aconteceu de 21 a 28 de julho de 1968.
O evento foi idealizado por Athayde R. Dutra de Morais, por Amarilis Machado Pôssas Araújo e Walter José da Silva contando com a destacada presença do professor de pintura João Sant’Ana T. Neto, de Juiz de Fora atuando como presidente do júri.

I FESTIVAL DE ARTE
Diante do grande sucesso do primeiro evento, contando com o apoio da Prefeitura Municipal sob administração de Gilson Lamha, o Núcleo Biquense de Arte realizou o I FESTIVAL DE ARTE, que aconteceu de 19 a 27 de julho de 1969 tendo as seguintes modalidades artísticas: pintura e desenho, poesia, declamação e redação, além de cantores amadores.
As inscrições para o festival aconteciam no Núcleo Biquense de Arte, então presidido por Athayde R. Dutra de Morais, cujo vice-presidente era Walter José da Silva.
O festival foi organizado com extremo bom gosto, apresentando a Bicas uma semana repleta de encantamento.
O grande evento foi dividido em duas partes, uma acontecendo na Sede Social do Esporte e outra no Clube Biquense, contando com comissões julgadoras compostas por conhecedores do ramo com projeção em nossa cidade e em Juiz de Fora.
Os artistas vencedores receberam premiações em dinheiro, troféus, medalhas e diplomas de participação. O encerramento aconteceu na Sede Social do Esporte com a apresentação do concurso de música popular brasileira com 15 finalistas, seguido de coquetel e entrega de prêmios.
A diretoria do Núcleo era composta por Athayde R. Dutra de Morais, Walter José da Silva, José Elgen G. da Cunha, Milton B. Ferreira, Wanildo G. Siqueira, Jonas Jacob e Paulo Rossi, Jucerley G. da Silva.

II FESTIVAL DE ARTE
O I Festival de Artes de Bicas teve seu encerramento marcado por um grande baile no Clube Biquense, na noite de 30 de agosto.
Contando com o apoio da Prefeitura Municipal, sob administração de Homero José de Mattos, aconteceu de 17 a 25 de julho de 1971 o II FESTIVAL DE ARTE, com as seguintes modalidades artísticas: pintura e desenho, poesia, declamação e redação, além de cantores amadores.
As inscrições para o festival aconteciam no Núcleo Biquense de Arte.
O II Festival de Arte foi marcado pela brilhante presença do compositor Gutemberg Guarabira como convidado de honra.
Neste período o Núcleo ainda era presidido por Athayde R. Dutra de Morais, cujo vice-presidente era Walter José da Silva.

SUA VIDA
Mestre Athayde passou a realizar exposições de suas obras, sendo premiadas várias vezes em Juiz de Fora, Viçosa e outras cidades da região. Com sua verve, escreveu peças teatrais e enveredou também pelo expressionismo, dadaísmo e cubismo.
Por ser autor de obras excêntricas e contemporâneas, era chamado pelos amigos da “parte alta” da cidade como “Pequeno Burguês”.
Em Bicas Athayde conheceu Teresinha, com quem teve um filho, Athaydinho, morando hoje na Itália.
Athayde também tentou se enveredar pelo campo político sem sucesso, sendo candidato a Vereador nas eleições de 1976 pelo MDB, mas não foi eleito.
Faleceu em 1979 quase no anonimato na cidade de Juiz de Fora, onde foi enterrado. Talvez ele quisesse isso.
Um grande artista, um “biquense de coração” que merece ser ainda mais estudado e apreciado.

Na antiga Estação Ferroviária está uma de suas esculturas. Erigido em 01 de maio de 1969, inicialmente localizado no canteiro entre a Estação e o Supermercado Santo Antônio, o “Monumento ao Operário Biquense” é uma homenagem aos ferroviários de Bicas.

Por Amarildo Mayrink.




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